Desenvolvendo Inteligências e Avaliando Habilidades

Artigos pedagógicos
Leitura em
5
min
Publicado em
15
/
11/2017
Autor
Fabrício Garcia
CEO na Plataforma Qstione
Fabrício Garcia é um professor da área de saúde apaixonado pelas novas tecnologias educacionais. Seu foco principal de trabalho está em ajudar instituições de ensino e professores a implementar novas tecnologias que aumentem a eficiência educacional, justamente por acreditar que a tecnologia é o caminho mais simples para democratizar a educação de qualidade no Brasil.
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Conceituando inteligência

Se buscarmos o significado da palavra inteligência nos dicionários de língua portuguesa, encontraremos algo do tipo: “Conjunto de todas as faculdades intelectuais (memória, imaginação, juízo, raciocínio, abstração e concepção)”.

Pesquisando o sentido etimológico da palavra, descobriremos que é formada pela junção de outras duas: inter, que significa “entre”, e legere, que é o mesmo que “escolher”. Diversos especialistas em educação e psicólogos, atualmente conceituam a inteligência como: “a capacidade de um indivíduo resolver problemas e/ou aprender com experiências, bem como elaborar produtos importantes para uma comunidade cultural (conceito de: HOWARD GARDNER, 1995.)”.

O fato é, que a inteligência está ligada a capacidade de fazer as melhores escolhas entre diversas possibilidades, geralmente visando a resolução de problemas a partir de conhecimentos prévios. Este conceito, até certo ponto, se aproxima da etimologia da palavra inteligência. O desenvolvimento da inteligência humana depende de dois fatores: o de hereditariedade e adaptações biológicas, influenciados pelo processo de evolução do sistema nervoso, por mecanismos psíquicos e pelas interações sociais.

O desenvolvimento da inteligência humana está vinculado a aquisição de habilidades cognitivas que permitam a mobilização de conhecimentos, habilidades e atitudes, que sirvam como subsídio para tomada de decisão dentro do processo de escolha de um indivíduo, o qual, em muitos casos, se apresenta mediante uma situação-problema qualquer. Uma educação de boa qualidade deve ser capaz de fornecer ao estudante as ferramentas básicas para aquisição habilidades operatórias (analisar, deduzir, selecionar, avaliar, entre outras), sendo este o trabalho primordial do educador moderno, que almeja o desenvolvimento de mentes independentes e capazes de gerar autoaprendizado.

Trabalhando Habilidades

Um dos grandes desafios da educação brasileira é o de substituir o modelo didático-pedagógico atual, focado no conteúdo, por um modelo que priorize o domínio de habilidades operatórias. Podemos definir habilidades operatórias, como:

  • o domínio de dimensões cognitivas que possibilitem a compreensão, intervenção e tomada de decisão do indivíduo mediante os fenômenos sociais e culturais;
  • a capacidade de mobilizar conhecimentos e atitudes para aquisição de competências, construindo significados e fazendo conexões para solução de problemas.

Hoje, ainda temos professores predominantemente conteudísticos. Contudo, essa visão de ensino, baseada na tarefa de ministrar conteúdos, não funciona nos dias de hoje. Em tempos de internet e outras ferramentas tecnológicas, o acesso ao conteúdo deixou de ser um problema intransponível para os estudantes, e o professor deixou de ser a principal fonte de informação. Diante dessa realidade, é preciso mudar o foco das aulas, substituindo por um modelo que priorize o desenvolvimento de habilidades operatórias, colocando os conteúdos como matéria-prima para o desenvolvimento de inteligências.

Habilidades como a capacidade de analisar, demonstrar, selecionar, sintetizar, deduzir e interpretar, ainda são os grandes gargalos para o desenvolvimento intelectual dos estudantes brasileiros. Nossos estudantes, mesmo os de graduação, apresentam dificuldades cognitivas graves, como não conseguir interpretar textos ou resolver problemas matemáticos simples. Isso ocorre, devido ao foco exageradamente conteudista adotado por nossas instituições de ensino, em detrimento do desenvolvimento das habilidades operatórias.

Mudar o foco do professor, visando um trabalho com maior intensidade nas habilidades operatórias não requer grandes investimentos – é preciso mudar o paradigma educacional vigente no Brasil. O desenvolvimento de inteligências depende dessa mudança.

Avaliando Habilidades

As avaliações institucionais capitaneadas pelo Inep (Enade, Enem, ANASEM, etc.), já utilizam formatos que priorizam a aferição de habilidades operatórias. As matrizes de referência adotadas nessas avaliações (elaboradas pelo Inep), claramente priorizam habilidades cognitivas, como: avaliar, criar, analisar, recordar, entre outras. A Taxonomia da Aprendizagem de Bloom é a grande fonte norteadora da elaboração dessas avaliações.

Diante deste contexto, existe um abismo pedagógico entre os objetivos de aprendizagem meramente conteudísticos, geralmente trabalhados em boa parte de nossas instituições de ensino, e os objetivos de aprendizagem que solicitam o domínio de habilidades operatórias dos estudantes, nas avaliações do MEC. Assim, fica fácil identificar a origem dos péssimos resultados de nossas instituições de ensino em avaliações institucionais nacionais e internacionais, já que os objetivos aprendizagem priorizados pelas instituições de ensino estão com o enfoque em total descompasso com o que é solicitado pelo MEC.

Acreditamos que a melhor forma de mudar esse panorama de resultados ruins, causado pela cultura conteudista das instituições de ensino brasileiras, consiste na reformulação do processo de avaliação de estudantes, atualmente, adotado por grande parte das instituições de ensino públicas e privadas do Brasil. Dessa forma, será possível avaliar a evolução dos nossos estudantes quanto a aquisição de habilidades, e não apenas, o grau de retenção de conteúdos. O objetivo deve ser a formação de indivíduos competentes, isto é, capazes de tomar decisões, mobilizar conhecimentos e demonstrar atitudes, que possam solucionar problemas em áreas específicas de atuação, as quais estão sendo preparados para lidar.

A Plataforma Qstione foi desenvolvida para gerar avaliações cognitivas totalmente vinculadas aos objetivos de aprendizagem (conhecimentos, habilidades e atitudes), norteadas pela Taxonomia da Aprendizagem de Bloom. As instituições que utilizam a plataforma são induzidas a reavaliar seus planos de ensino e objetivos de aprendizagem, adequando suas avaliações a essa nova realidade, voltada para o ensino mais focado na aquisição das habilidades operatórias.

Conheça o trabalho da nossa equipe e entenda como a Plataforma Qstione ajudará sua instituição de ensino a alcançar os melhores resultados.

Avaliação da aprendizagem