Avaliação do MEC mostra mais de 600 cursos de Ensino Superior com resultados insatisfatórios
Este ano, o Ministério da Educação (MEC) divulgou que 605 dos cursos de graduação analisados em 2021 tiveram uma qualidade insatisfatória – o que representou 8% do total. A avaliação teve como objetivo verificar a qualidade do Ensino Superior brasileiro, em diplomas de licenciatura (4.750), bacharelado (2.020) e tecnológicos (742).
Como funciona a avaliação de um curso?
Os cursos são avaliados em três dimensões: organização didático-pedagógica, corpo docente, tutorial e infraestrutura. Cada dimensão recebe uma nota de 1 a 5, sendo 1 e 2 resultados “insatisfatórios”, 3 “regular” e 4 e 5 “satisfatórios”. Para calcular a nota final, é feita uma média ponderada das três dimensões.
No geral, a maioria dos cursos avaliados obteve notas entre 3 e 4. Os resultados, no entanto, são um alerta: os cursos presenciais têm notas mais altas do que os cursos à distância. Logo, o aumento da busca por profissionalização online pode ser preocupante.
A formação docente
Além disso, o Ministério da Educação (MEC) analisou atentamente a atuação dos estudantes de licenciatura no Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes) 2021. As notas obtidas ajudam a identificar os cursos que oferecem uma formação de qualidade.
Em todos os 17 cursos de formação de professores analisados, o desempenho dos estudantes ficou abaixo de 50, em uma escala de 0 a 100. Além disso, as turmas não se encontram empolgadas para atuar diretamente na docência da Educação Básica, o que é mais um motivo de preocupação.
Nesse contexto, o Ministro da Educação, Camilo Santana, criou um grupo de trabalho que deve pensar em melhorias para os cursos de licenciatura, a fim de torná-los mais atrativos para os estudantes. Até o final de maio, as conclusões desse estudo devem ser compartilhadas.
"Se queremos melhorar significativamente a qualidade da educação básica desse país, precisamos fortemente olhar para a qualidade da formação inicial dos nossos professores", ressaltou Camilo Santana.
No geral, a fiscalização da qualidade dos cursos fornece ao MEC diretrizes para formular programas nacionais de educação. E considerando os resultados recentes, devem ser estabelecidas melhorias para a capacitação dos profissionais que atuam no Ensino Básico e, consequentemente, influenciam a educação de outros milhares de estudantes.